quinta-feira, 17 de março de 2011

É uma vergonha para MT ter o Bosaipo no TCE, dispara Taques
Andréa Haddad - Rdnews

 Autor das denúncias que culminaram na Operação Arca de Noé, o ex-procurador da República Pedro Taques, hoje senador pelo PDT, afirma que é uma vergonha para Mato Grosso ter Humberto Bosaipo no cargo de conselheiro do Tribunal de Contas (TCE). “Mais uma vez Mato Grosso vai aparecer de forma negativa na imprensa nacional pelos atos de improbidade cometidos por Bosaipo”, dispara Taques.
   Nesta quarta (16), o conselheiro foi afastado do TCE, por um ano, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que acatou denúncia de crimes de peculato e lavagem de dinheiro, supostamente cometidos à época em que Bosaipo exercia mandato de deputado estadual e ocupava a Mesa Diretora da Assembleia.
   Taques defende que o Tribunal de Justiça tome decisão semelhante à do STJ em relação aos processos do presidente da AL, José Riva (PP), denunciado junto com Bosaipo por 34 vezes, cada um. “Por que a Assembleia não instala uma CPI para investigar o Riva também, já que os crimes são os mesmos?”, questiona Taques.
   Ela lembra que as investigações, iniciadas em 2002, apontam desvio de R$ 300 milhões nos cofres da Casa. Ao constatar os indícios de irregularidades, Taques apresentou denúncias à Justiça Federal, que a deflagrou a Operação Arca de Noé. Na ocasião, segundo a denúncia, cheques emitidos pela AL para pagamento de despesas inexistentes foram apreendidos na Confiança Factoring, de propriedade do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro.
   Por se tratar de investigação contra deputados estaduais, Taques enviou cópias das denúncias ao Ministério Público Estadual, que as remeteu ao STJ. “A decisão de afastar Bosaipo do TCE mostra que algo está começando a mudar, mas ainda falta o Riva”, avalia o senador.
   Apesar de serem alvos das mesmas denúncias, Bosaipo e Riva tiveram os processos desmembrados no STJ. Na decisão, o relator, ministro Francisco Falcão, alegou “multiplicidade de réus e motivo relevante residente no fato da possibilidade de, nas condições citadas, procrastinar-se feito em que há réu preso, além da clara possibilidade de transcurso do prazo prescricional durante a instrução criminal”. As denúncias contra Riva foram encaminhadas ao Tribunal de Justiça.

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