quarta-feira, 22 de junho de 2011


Denúncia de aloprado petista à PF deixa Abicalil e Maggi em saia-justa

João Negrão, de Brasilia


  O senaodr Blairo Maggi (PR) e o ex-deputado Carlos Abicalil (PT) estão hoje no epicentro de um furacão político que pode ou não ter desdobramentos desagradáveis para seus futuros como homens públicos. A denúncia do aloprado Expedito Veloso, publicada na revista Veja desta semana, é muito grave em relação à participação de ambos num episódio que maculou a imagem do PT e seus aliados políticos.
   O mundo político e, especialmente, seus subterrâneos, está cheio de personagens ressentidos, oportunistas, venais e psicologicamente perturbados. São indivíduos que se prestam a fomentar pautas de veículos de comunicação que têm claro propósito político de combater inimigos ideológicos. É o caso de Veja contra o PT. Há uma grande probabilidade de que o bancário Expedito seja um desses. Isso não significa, no entanto, que as suas revelações possam ser desqualificadas. Mas deixam muitas dúvidas sobre sua veracidade.
   O problema aqui não é se elas são ou não lícitas. A grande questão é o silêncio dos denunciados, um flagrante desprezo de Blairo e Abicalil para com a opinião pública, à sociedade, seus eleitores e até suas trajetórias políticas. Ficar calado pode ser uma demonstração de que não há que se levar a sério o que se entende por um grande absurdo, indigno de ser valorizado. Ou não.
     É certo que o senador e o secretário de Articulação dos Sistemas de Ensino do Ministério da Educação estão muito ocupados em suas atividades. Mas deixar de se pronunciar sobre o assunto pode levar à simplista dedução de que está correto o ditado: “quem cala consente”. Blairo e Abicalil, entretanto, não são personagens da política com histórico que nos permita a tamanho simplismo. Eles merecem o benefício da dúvida.
      Todos os antecedentes e os desdobramentos do caso do dossiê contra os tucanos estão sob uma densa névoa que não se dissipa em cinco anos e só a luz da história irá revelar de fato o que ocorreu. A grande imprensa vem se prestando a outras tarefas que não a de informar realmente os fatos. Tem no meio o caso das ambulâncias superfaturadas, episódio ainda não totalmente levado ao ninho (leia-se, à gênese) dos verdadeiros culpados. Em 2006 foi o tal dossiê. Em 2010 foi uma bolinha de papel transformada num míssil intercontinental por uma reportagem da TV Globo, tendo como suporte o laudo de um perito com histórico profissional duvidoso. Coisas da política e seus embates ideológicos.
    O problema é que uma parte considerável dos sujeitos dessa história continua por aí aprontando. Os irmãos Padilha, por exemplo, constantemente estão cometendo suas travessuras. É com esse tipo de gente que Carlos Abicalil e o PT se envolvem e, ao que parece, Blairo Maggi entrou por tabela, conscientemente ou não.
    O sol é o melhor desinfetante. Esta frase de um anônimo pode ser a senha para que Maggi e Abicalil se limpem de vez desses personagens soturnos e dessas histórias nebulosas. Que venham e contem a verdade ou pelo menos as suas verdades. Que espalhem pelo jirau essas roupas sujas da política obscena que tem se praticado nos últimos tempos. Caso contrário, correm o risco de serem conduzidos pela opinião pública ao desasseado mundo dos que atuam nas trevas.
    Segundo a revista Veja, Expedido contou à Polícia Federal que Maggi e Abicalil armaram contra os então concorrentes nas eleições de 2006, tucano Antero de Barros e a petista Serys Marly. Os Vedoin teriam recebido R$ 2 milhões para incluir Antero e Serys na lista de sanguessugas. Esse dinheiro teria sido pago por Maggi, que foi eleito na época no primeiro turno. A acusação provocou desgaste político sem precedentes às candidaturas de Antero e Serys.

Comentário meu: O Senador Maggi e o ex-deputado Carlos Abicalil, devem uma explicação à sociedade matogrossense. Se assim não for, a eleição de 2006 foi um estelionato eleitoral.


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